quinta-feira, 2 de junho de 2011

Fashion Rio 2º dia

Totem, Salinas, OEstúdio e Espaço Fashion

Com apenas 4 desfiles, o 2º dia de Fashion Rio confirma a boa onda no trato com as referências, manejadas com perícia pela maioria dos integrantes do line-up até agora. A que prometia ser a mais avassaladora delas, a dobradinha de anos 1970 + tropicalismo, por exemplo, comparece como foi anunciado, mas chega reinterpretada de acordo com o projeto da marca, o que é bastante promissor. Ainda é cedo para afirmar se esse é um sintoma de maturidade coletiva na leitura de tendências globais ou se estamos diante de casos pontuais. É esperar para ver.

Totem
 

A presença da Yamê Reis no comando de estilo da Totem fez subir a bolsa de apostas no desfile de abertura. Ganhou quem previu um grande acerto. Sem perder de vista a identidade praieira e ligeira que a Totem tem, ela arrumou a casa, equilibrando a linhagem setentista com peças bem proporcionadas, controlando a presença das estampas e injetando uma elegância discreta, leve e descompromissada à coleção. Estão lá o tye-dye, vestidos e saias longas e as bolsas molengas. E é verdade que podemos todos sobreviver sem os blazeres estampados, mas a sutileza na abordagem desses clichês alivia os anacronismos hippies para instalar a coleção no calendário correto.
Salinas
 

Sobre músicas feitas para o Rio, a Salinas fez uma excelente pesquisa de materiais, e colocou na passarela boas ideias, como os lenços que viram laços e alças, estampas previsíveis, mas bonitas, e desenhos variados para as partes inferiores e superiores, favorecendo quem quer, e quem não, mostrar o corpo. Coleção competente, desfilada por um casting à altura e fazendo justiça ao status do beachwear brasileiro. Como bônus, bons vestidos para entrar e sair de piscinas, areias e onde mais o verão levar.

OEstúdio
 

Para unir o artesanal ao industrial, posicionado entre o laboratório e o ateliê, o coletivo de criação juntou materiais orgânicos e látex sintético à modelagem ampla. Nem a alfaiataria, que é naturalmente estruturada, vai pelas curvas da anatomia. Entre cinturas elevadas, muitas folgas, estampa pixel colorida e a "sopa" de letras vazadas que define várias peças na sequência final. Esta é uma coleção um tanto mais otimista que as anteriores. Sem sinalizar novos rumos ou problematizar grandes questões, como costuma fazer,  OEstudio mantém em cena roupa urbana interessante, com looks masculinos refrescados por calças encurtadas, e femininos com vestidos longos e macacões floridos.
Espaço Fashion
 

A marca fenômeno, que rapidamente multiplicou lojas pelos shoppings do país, trouxe psicodelia e natureza para o Fashion Rio. Depois de algumas temporadas pesando a mão, passou melhor com proporções acertadas e alternando os vermelhos e cobras saturados com vestidos lisos, coloridos e cheios de movimento. Os looks de duas peças vão bem, particularmente com a camisaria, desdobrada de forma inteligente e acompanhada por boas saias, calças de muitos bolsos e modelagem assimétrica na maior parte. A divulgação cita o trabalho do artista australiano Leif Podhajsky como fonte de referência.

Amanhã tem mais. E esta edição, vale lembrar, tem Herchcovitch na quinta e Lenny comemorando 20 anos no mesmo dia. Imperdível.

Fonte: Usefashion.

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