sexta-feira, 17 de junho de 2011

SPFW - 4º dia

Quarto dia com estreia de Paula Raia, em desfile chique/doméstico, momento de prender a respiração patrocinado pela Maria Bonita, talento singular da Priscilla Darolt e abundância de moda praia por conta da Água de Coco e da Cia Marítima. Veja passo a passo o resumo do que rolou.

Paula Raia
 
A 1ª apresentaçao da estilista, desde o fim da Raia de Goeye, aconteceu na casa dela, com direito a uma animada apresentação de street dance a cargo dos garçons e outros integrantes que se misturavam ao público. A partir daí, estava criado o clima para a roupa fluída, confortável e elegante que recheia a coleção. Com transparências contrapostas por têxteis opacos e texturas criadas em cortes e montagem de pequenas formas de tecido, Paula Raia persegue e alcança uma naturalidade agradável. As torções e amarrados orientam os caimentos soltos nos comprimentos longos, e o gosto por este despreendimento planejado sustenta a coleção.

Maria Bonita
 
Maria Bonita faz parte de uma vertente da moda brasileira que é singular mesmo em termos globais. Como esforço de entendimento poderia ser rotulada como um minimalismo tropical. Esta orientação sui generis, que sempre tem algo de cerebral, perde a frieza sob o calor das pequenas invenções que movimentam o repertório. As formas amplas da modelagem se mantêm dentro de um número determinado de variações, enquanto a matéria-prima e os detalhes assumem o papel de promover a renovação da linguagem a cada estação.
Veja como “brotam” delicados florais nas barras, combinando com o dos sapatos e assim como as alças delicadas recebem pequenas formas geométricas. Observe que uma delas é uma lente de vidro, e que retorna como óculos mais à frente da edição. Outra grande sacada é o uso da cor. Ausente no 1º bloco, começa a surgir nos cantos, de dentro do chapéu, nos pontos de tapeçaria e aos poucos vai contaminando o branco, a ponto de dominar todo o look. A mesma progressão acontece com as texturas criadas por vazados em motivos de azulejaria, que praticamente dominam o final do desfile. A esta altura, “o rio que corre de Portugal e deságua no Brasil”, tema da coleção, já ganhou metáfora visual à altura, inundando de beleza a passarela da Maria Bonita.

Água de Coco
 
Paisagens em fotos de Cássio Vasconcelos, geometrias e abstrações da arte compõe a estamparia da Água de Coco. Além da força visual das estampas, há um visível investimento têxtil, particularmente no tecido que já vem com aparência molhada. As formas acompanham o desejo de que “a arte seja de todos e exista em tudo”. Este é o tema da coleção, que é o combustível para as experimentações com larguras de alças, cruzamentos de tiras, proporções das peças e pontos de saída e tensionamento marcados pelos metais.

Priscilla Darolt
 
Uma das mais talentosas estilistas em atividade na temporada brasileira, Priscilla Darolt volta aos anos 1920 e ao estilo de Josephine Baker para fazer uma interpretação particular da época. Quase sem cor e pontilhada de texturas, muitas delas ao gosto da Art Déco, que dominava o período, a coleção ainda inclui transparências abusadas e desenho inventivo na modelagem das peças. Bonito de longe, impressionante de perto.

Cia Marítima
 
Inspirada no clima dos balneários do Mediterrâneo e com pequenas contravenções, caso dos biquínis descombinados, a marca emplaca mais uma homenagem aos anos 1970 na temporada. Tem algo de pop nas misturas assumidamente fora do padrão e na cor fluo, que acenam com o novo, mas a coleção se perde na literalidade do tema, acredita mais do que deve na onça como estampa da vez e se salva na diversidade da modelagem.

Fonte: Usefashion.

Depois mostro para vocês o desfile completo da Água de Coco, só para dar aquela vontade de que chegue logo na Spettacoli.

Beijos e até a próxima!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário